Pregar é a tarefa mais emocionante, mais empolgante, mais compensadora e mais maravilhosa, é o chamado mais alto, maior e mais glorioso que alguém pode receber.
Se por um lado estamos assistindo a uma explosão de crescimento da igreja evangélica brasileira, por outro, não temos visto a correspondente transformação na sociedade, apesar dessa verdade nos doer a alma, humildemente precisamos reconhecer que uma das razões para tal, é o fato de que muitas “igrejas”, tem falhado no cumprimento do dever de pregar fielmente as escrituras, sendo essa a maior contribuição que como igreja podemos dar ao mundo.
Portanto, pesa sobre os nossos ombros a responsabilidade de reconquistar o lugar da pregação expositiva na igreja brasileira, começando por nossas igrejas, mesmo que para isso tenhamos que sofrer perseguição e descredito por parte de muitos.
Falando em perseguição, essa semana o Rev. Augustus Nicodemus em sua página oficia de uma rede social escreveu:
“Os tempos ficaram difíceis, não para a Igreja Evangélica, mas para aqueles evangélicos que: 1) insistirem que a Bíblia é inerrante; 2) acreditarem que foi Deus que criou o mundo e não a evolução; 3) afirmarem que o casamento é entre um homem e uma mulher; 4) declararem que só Jesus Cristo salva e que o Cristianismo é a única religião verdadeira; 5) acreditarem na necessidade da Igreja; 6) se recusarem a negar qualquer das posições acima”
Diante do exposto, conclamo os nobres colegas, pastores e pregadores aqui presentes, como expositores, a não baixarem a guarda, não desvanecerem, mas lutarem bravamente contra os males que cercam nossas igrejas, lembrando do conselho de Paulo a Timóteo: “...não se envergonhe de testemunhar do Senhor [...], mas suporte comigo os sofrimentos pelo evangelho...(2Timóteo 1:8).
Portanto, como expositores bíblicos, eu os suplico:
1° Sejam corajosos e fieis na luta contra o pragmatismo
O Pragmatismo não está preocupado com a verdade, mas com o que funciona e muitos pastores, no desejo desenfreado de buscar o crescimento de suas igrejas, abandonaram o genuíno evangelho e renderam-se a praticas estranhas que prevalecem na cultura pós-moderna. Num tempo em que a mensagem das escrituras é mais influenciada pelo pragmatismo do que pela teologia sã, precisamos de fieis pregadores que exponham a verdade de Deus, tendo em mente que não é nosso dever fazer as pessoas saírem alegres dos nossos templos, mas leva-las ao arrependimento. Fomos chamados para ser pregadores, arautos de Deus, não para sermos animadores de auditórios, muito menos comediantes.
2° Como fieis expositores lutemos bravamente contra o Liberalismo teológico
Ele tem invadido seminários, tem tomado púlpitos e tem matado igrejas. A suficiência das Escrituras foi abandonada para adotar doutrinas estranhas à Bíblia. Os que abraçam esse câncer pregam outro evangelho, um evangelho centrado no homem, trocando a cruz de Cristo pela glória do homem. Não pregam as Escrituras, mas os desejos dos seus próprios corações. Ergamos nossas vozes para defender o Evangelho de Cristo e dizer que as Escrituras são suficientes e elas têm as respostas para uma sociedade mergulhada no pecado.
3° Como fieis expositores lutemos diligentemente contra a ortodoxia morta
Pois como bem disse Bounds: “homens mortos, tiram de si sermões mortos e sermões mortos, matam”. Lutero dizia que “sermão sem unção endurece o coração” e é também nesse sentido que John Wesley dizia: “Ponha fogo nos seus sermões ou ponha seus sermões no fogo”. Não sejamos insípidos, tediosos e secos. Não basta expor teologia bíblica e exegese fiel, devemos em oração buscar o poder do Espirito Santo para a glória de Deus, para que assim não caiamos no precipício de uma formalidade vazia.
4° Como fieis expositores lutemos corajosamente contra a Superficialidade no Púlpito
Não caiamos na armadilha da preguiça, não nos embaraçemos com as distrações que o mundo nos impõe para tirar o nosso foco, não sejamos levados pelos falsos encantos das mídias sociais, ou pelos orgulhosos debates intermináveis acerca de assuntos que nunca terão fim. Há um proposito maior para nós! Há um oceano de profundidade e conhecimento a nossa espera nas sagradas Escrituras e na presença de Deus em oração. Gastemos o nosso tempo com aquilo que glorifica a Deus e nossas mensagens com a graça de Deus alcançarão os corações pecadores. Como dizia o príncipe dos pregadores: “Toda a nossa biblioteca e estudo são um mero vazio comparado com a nossa sala de oração” pois “é no lugar secreto da oração que a batalha é perdida ou ganha”. A oração e o ministério da Palavra permanecerão de pé ou cairão juntas.
5° Como fieis expositores lutemos corajosamente contra o antropocentrismo teológico pregando sermões cristocêntricos
Preguemos um evangelho que exalte a Deus e humilhe o homem como um misero pecador que precisa de arrependimento e da graça de Deus. Para o puritano Willian Perkins: “O âmago da pregação é este: pregue a Cristo, por Cristo, para louvor de Cristo”. Nesse ponto cabe precisamente uma das ultimas orientações de Spurgeon a seus alunos: “de tudo que gostaria de dizer este é o resumo: meus irmãos, preguem a Cristo, sempre e sempre. Ele é todo o evangelho”.
Certos de que juntos podemos fazer a diferença na proclamação do Evangelho de Cristo, encerro minhas palavras com o conselho de Paulo a Timóteo: “Na presença de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos por sua manifestação e por seu Reino, eu o exorto solenemente: Prega a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina” pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina. (2 Tm 4:1-5)
Essa missão Deus confiou a nós!
Que Deus nos ajude!
Obrigado!
Wellington Estrela
Formado Aluno Pregue a Palavra
Núcleo - Fortaleza/CE
é verdade precisamos pregar fielmente a palavra.